China e EUA podem encontrar soluções para disputa comercial
China e Estados Unidos podem "encontrar formas de resolver as preocupações um do outro", afirmou nesta sexta-feira (24) o ministro chinês do Comércio, antes de uma reunião entre representantes dos dois países na Malásia que se concentrará nas disputas comerciais.
As duas maiores economias do mundo passaram grande parte do ano envolvidas em disputas comerciais, mas no momento parecem que tentam evitar um agravamento ainda maior.
O vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, vai liderar a delegação que se reunirá com seus homólogos americanos na Malásia de 24 a 27 de outubro, informou Pequim na quinta-feira, para mais uma rodada de negociações.
O ministro do Comércio da China, Wang Wentao, afirmou nesta sexta-feira que as reuniões anteriores demonstraram que "China e Estados Unidos podem encontrar formas de resolver as preocupações um do outro".
Os países podem "encontrar formas adequadas de coexistir e promover um desenvolvimento saudável, estável e sustentável" em suas relações econômicas "com respeito mútuo e em pé de igualdade", acrescentou ao término de uma reunião política importante em Pequim.
A reunião na Malásia acontece após uma ligação telefônica "franca, profunda e construtiva" no fim de semana passado entre He Lifeng e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que participará do encontro.
As esperanças de relações melhores entre Pequim e Washington receberam um novo impulso quando o presidente americano Donald Trump anunciou, em um comunicado da Casa Branca, que se reunirá com seu homólogo chinês Xi Jinping na próxima quinta-feira (30) na Coreia do Sul.
O encontro será o primeiro desde que Trump retornou ao poder em janeiro. Poucos dias antes, ele havia ameaçado cancelar a reunião.
- Trégua instável -
As negociações na Malásia abordarão "questões importantes nas relações econômicas e comerciais entre China e Estados Unidos", informou Pequim na quinta-feira.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China aumentou quando Trump prometeu impor tarifas generalizadas às importações pouco depois de retornar à Casa Branca, em janeiro.
Em um determinado momento, as tarifas alfandegárias entre Washington e Pequim atingiram três dígitos, o que provocou a paralisação de parte do comércio mundial.
Desde então, ambos os países reduziram suas tarifas, mas a trégua permanece instável.
No início do mês, Pequim anunciou restrições às exportações relacionadas às terras raras, metais essenciais para indústrias como tecnologia e defesa, o que levou Trump a ameaçar aplicar tarifas adicionais de 100% como retaliação.
As duas potências também começaram a aplicar taxas de chegada aos navios do outro país, em consequência de uma investigação dos Estados Unidos que determinou que o domínio da China no setor marítimo era injustificável.
Trump, no entanto, declarou na quarta-feira que espera chegar a um "acordo sobre tudo" com Xi.
As Bolsas passaram a operar em alta depois que a Casa Branca confirmou a reunião entre Trump e Xi na próxima semana.
E.al-Zaid--BT